quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Brasil está frustrado com negociações do clima

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Principal negociador brasileiro na COP-16 disse que o País apresentou grandes resultados, porém, os outros países não tem mostrado o mesmo comprometimento.


CANCÚN - O Brasil está frustrado com as negociações climáticas e a falta de engajamento de outros países para agir contra o aquecimento global. A afirmação é de Luiz Alberto Figueiredo Machado, principal negociador brasileiro na Conferência do Clima da ONU (COP-16), em Cancún.
Segundo ele, o País anunciou grandes resultados - como ter atingido a menor taxa de desmatamento da Amazônia desde 1998 - enquanto outros países não têm demonstrado o mesmo comprometimento. "Estamos fazendo o que nos comprometemos, mais rápido do que prometemos", afirmou ele.
Questionado sobre que países o embaixador se referia, ele preferiu não dar nomes. "Eu raramente falo de países especificamente se não tenho algo bom para falar." E ressaltou que o que se vê em Cancún é parecido com o que ocorria em Copenhague no ano passado, durante a COP-15: uma espécie de jogo em que um país não faz nada até que outro faça. O que gera um impasse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, ao apresentar os números do desmatamento, que a COP-16 "não vai dar em nada" e que o evento não teria presenças importantes.
Metas obrigatórias. O embaixador disse que ainda não é o momento para os países em desenvolvimento, como o Brasil, adotarem metas obrigatórias de corte de emissões de gases-estufa. Por enquanto, o País tem ações voluntárias. Porém, ele admite que no futuro todos os países precisarão ter metas obrigatórias para resolver o problema das mudanças climáticas.
Segundo ele, progressivamente os países em desenvolvimento terão mais responsabilidades, mas isso não pode ocorrer "de um dia para outro". Hoje, ainda se avalia que os países industrializados precisam agir mais, por serem os que mais emitiram gases-estufa historicamente.
* A repórter viajou a convite da Convenção do Clima da ONU
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