terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ele quer transformar o Nordeste

O empresário Robson Oliveira tem uma ideia fixa: fazer do Nordeste o Vale do Silício das tecnologias verdes do Brasil. Sua proposta faz sentido. O potencial eólico da região é suficiente para atender dois terços da demanda nacional por eletricidade. A insolação no Brasil – close no Nordeste – é a segunda maior do mundo (perde apenas para o deserto do Saara). Por que, então, não atrair recursos de fora para fazer daquele pedaço do país um pólo de energias renováveis?

Além de empresário, Oliveira é presidente do Conselho Euro-Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (Eubra). Pela entidade, rodou o mundo no ano passado com uma apresentação de PowerPoint embaixo do braço. O documento trazia um bocado de números e tabelas que comprovam o potencial do Nordeste. Em apenas dois meses, Oliveira esteve em Hong Kong, Sidney, Xangai, Tóquio, Berlim, Londres, Roterdã, Amsterdã e Cancún. Queria convencer investidores estrangeiros a colocar recursos em negócios verdes na região. “Está chovendo dinheiro no Brasil”, afirma Oliveira. “Mas o dinheiro está indo para São Paulo e Rio de Janeiro, lugares mais organizados. Nossa intenção é criar um ambiente seguro e atraente de investimentos aqui no Nordeste”.

O primeiro passo será o Simpósio Mil Cidades – Um Brasil Chamado Nordeste, um encontro para exposições e debates, a ser realizado amanhã (dia 18), no Recife. Durante o evento, Oliveira vai lançar BR Invest, a Agência Brasileira de Investimentos Climáticos, para continuar seu trabalho de divulgação do Nordeste.

Mas não fica só no universo das intenções. No evento, a empresa Eco Solar, do ex-deputado Emerson Kapaz, vai apresentar a primeira fábrica de painéis solares de filme fino das Américas. A unidade vai ser construída em Recife até o primeiro semestre de 2012. A tecnologia é da companhia suíça Oerlikon Solar, um grupo com mais de cem anos de atuação na área. Segundo Kapaz, as vantagens são inúmeras. A placa da Oerlikon é 10% mais eficiente que as convencionais, custa três vezes menos e é quatro vezes mais leve. “Teremos uma vantagem competitiva enorme”, diz Kapaz. “O porto de Suape é próximo da fábrica. Vamos exportar para toda a América do Sul e Estados Unidos”.

O simpósio conta com outros destaques. Entre eles um barco híbrido movido a diesel, energia solar e eólica. Por alternar energias convencionais e alternativas, ele economiza cerca de 60% de diesel, um combustível sujo. A embarcação transporta passageiros e já circula nas baías de Hong Kong, Sidney e Xangai. Deve começar a ser produzido no Brasil até o final de 2011, pelo próprio Oliveira.




Compartilhe isso:

Nenhum comentário:

Postar um comentário